27 de ago. de 2011

OS ANJOS DA GUARDA



Os Espíritos tutelares  encontram-se em to­das as esferas.
Os anjos da sublime vigilância, analisados em sua excelsitude  divina, seguem-nos a longa estrada evolutiva. 

Des­velam-se por nós, dentro das Leis que nos regem, todavia, não podemos esquecer que nos movimen­tamos todos em círculos multidimensionais.

A cadeia de ascensão do espírito vai da intimidade do abismo à suprema glória celeste.

Será justo lembrar que estamos plasmando nossa individualidade imperecível no espaço e no tempo, ao preço de continuadas e difíceis experiên­cias.

A ideia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não con­corda com a Justiça.
Que governo terrestre desta­caria um de seus ministros mais sábios e especia­lizados na garantia do bem de todos para colar-se, indefinidamente, ao destino de um só homem, qua­se sempre renitente cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas lições da vida? 

Porque haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna para seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou preguiçoso?
Tudo exige lógica, bom-senso.

Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro.

Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a antiguidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus.



Anjo de guarda, desde as con­cepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota infini­tamente a outra, ajudando-a e defendendo-a.

Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos fa­miliares de nossa vida e de nossa luta.
Dos seres mais embrutecidos aos mais sublimados, temos a corrente de amor, cujos elos podemos simbolizar nas almas que se querem ou que se afinam umas com as outras, dentro da infinita gradação do pro­gresso.

A família espiritual é uma constelação de Inteligências, cujos membros estão na Terra e nos Céus.

Aquele que já pode ver mais um pouco au­xilia a visão daquele que ainda se encontra em luta por desvencilhar-se da própria cegueira.

Todos nós, por mais baixo nos revelemos na escala da evolução, possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama a impelir-nos para a elevação. Isso pode­mos verificar nos círculos da matéria mais densa.
Temos constantemente corações que nos devotam estima e se consagram ao nosso bem.

De todas as afeições terrestres, salientemos, para exemplificar, a devoção das mães.

O espírito maternal é uma espécie de anjo ou mensageiro, embora muita vez circunscrito ao cárcere de férreo egoísmo, na custó­dia dos filhos.



Além das mães, cujo amor padece muitas deficiências, quando confrontado com os princípios essenciais da fraternidade e da justiça, temos afetos e simpatias dos mais envolventes, capazes dos mais altos sacrifícios por nós, não obstante condicionados a objetivos por vezes egoís­ticos.

Não podemos olvidar, porém, que o admi­rável altruísmo de amanhã começa na afetividade estreita de hoje, como a árvore parte do embrião.

Todas as criaturas, individualmente, contam com louváveis devotamentos de entidades afins que se lhes afeiçoam. A orfandade real não existe.

Em nome do Amor, todas as almas recebem assistên­cia onde quer que se encontrem. Irmãos mais ve­lhos ajudam os mais novos. Mestres inspiram dis­cípulos. Pais socorrem os filhos. Amigos ligam-se a amigos. Companheiros auxiliam companheiros.

Isso ocorre em todos os planos da Natureza e, fatalmente, na Terra, entre os que ainda vivem na carne e os que já atravessaram o escuro passadiço da morte.
Os gregos sabiam disso e recorriam aos seus gênios invisíveis.
Os romanos compreendiam essa verdade e cultuavam os numes domésticos.

O gênio guardião será sempre um Espírito benfazejo para o protegido, mas é imperioso anotar que os laços afetivos, em torno de nós, ainda se encon­tram em marcha ascendente para mais altos níveis da vida.
Com toda a veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos Espíritos familiares que nos protegem, grandes e respeitáveis heróis do bem, mas ainda singularmente distanciados da an­gelitude eterna.

Naturalmente, avançam em linhas enobrecidas, em planos elevados, todavia, ainda sen­tem inclinações e paixões particulares, no rumo da universalização de sentimentos.



Por esse mo­tivo, com muita propriedade, nas diversas escolas religiosas, escutamos a intuição popular asseve­rando: - “nossos anjos de guarda não combinam entre si”, ou, ainda, “façamos uma oração aos an­jos de guarda”, reconhecendo-se, instintivamente, que os gênios familiares de nossa intimidade ainda se encontram no campo de afinidades específicas, e precisam, por vezes, de apelos à natureza superior para atenderem a esse ou àquele gênero de serviço.

Os Anjos da Guarda Segundo André Luiz 


- Texto retirado do livro “Entre a Terra e o Céu” (André Luiz / Chico Xavier) – Cap. 33 (Aprendizado)
http://angelfairylove.blogspot.com/2011/08/os-anjos-da-guarda.html

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